Uma guerra desleal contra o obscurantismo e as religiões. Porém, uma guerra que deve ser travada.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Entrevista com o Padre George Coyne por Dawkins
Esta entrevista faz parte do DVD "The Genius of Charles Darwin" quem tiver o interesse http://RichardDawkins.net/Store
Daniel Sottomaior falando sobre ateismo
É triste vermos o nível intelectual dos nossos formadores de opinião, não possuem base para sustentação de suas crenças. Justificam a crença, pela crença.
Triste, muito triste
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
'Ciência e religião não devem se misturar', diz Douglas Futuyma
No Brasil para palestras, Douglas Futuyma faz balanço dos avanços no
estudo da evolução biológica
Carlos Orsi, do Estado de São Paulo
SÃO PAULO - Ciência e religião podem conviver, mas não devem se
misturar. Essa é a receita que o biólogo americano Douglas Futuyma
oferece para evitar conflitos como os que ocorrem nos EUA, em torno do
ensino da teoria da evolução em escolas públicas. Futuyma é um
veterano dessas batalhas, tendo sido presidente da Sociedade Americana
para o Estudo da Evolução e editor da revista científica especializada
Evolution. É autor, entre outros livros, de Science on Trial: The Case
for Evolution (Ciência em Julgamento: O Caso em Favor da Evolução),
sobre o embate entre o ensino da evolução e do criacionismo, e de
Biologia Evolutiva, uma das principais obras usadas no ensino da
evolução nos cursos universitários brasileiros de Biologia.
Futuyma está no Brasil nesta semana, para uma série de três palestras
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a convite do programa
de pós-graduação em Ecologia da instituição. A primeira delas, na
terça-feira, foi "A Biologia Evolutiva, 150 anos após a publicação da
Origem das Espécies". A desta quarta teve como assunto "Evolução e o
Ataque à Ciência", sobre o duelo com os criacionistas, e nesta quinta-
feira o tema é "A Evolução de Associações entre Insetos e Plantas
Hospedeiras".
A palestra de terça superlotou a sala de defesa de teses do Instituto
de Biologia da universidade, com estudantes e professores em pé, junto
às paredes e sentados nos corredores para ouvir o cientista fazer um
balanço dos avanços no estudo da evolução biológica ao longo do último
século, principalmente a partir da descoberta do código genético. "Os
genomas não fazem sentido sem a vinculação com a evolução, e hoje
também podemos estudar a influência dos genes na evolução das
espécies", disse ele à platéia. Antes de iniciar a palestra, Futuyma
falou à reportagem do estadao.com.br:
Como está a teoria da evolução hoje, 150 anos depois de sua formulação
inicial?
Mais forte que nunca. Gostaria de começar dizendo algo sobre a palavra
"teoria". Essa palavra é mal compreendida, nos EUA e, talvez, no
Brasil também. Para muita gente, teoria é algo como uma idéia, um
palpite. Em ciência, no entanto, usamos "teoria" de um modo diferente.
Físicos falam em teoria quântica, teoria atômica, e não estão fazendo
especulações vazias. Eles têm muita certeza daquilo que dizem. Em
ciência, "teoria" significa um corpo de explicações que dá conta de
uma ampla gama de observações, e forma um corpo de conhecimento muito
forte. Nos últimos 150 anos, a teoria da evolução cresceu e acumulou
evidências em seu favor. Por exemplo, no tempo de Darwin (Charles
Darwin, autor de "A Origem das Espécies", primeira obra a expor a
teoria da evolução, publicada em 1859) não sabíamos sobre DNA, sobre
genes, não sabíamos como as características passavam dos pais para
filhos. Agora, usamos DNA para entender melhor a evolução, e a
evolução para entender melhor o funcionamento dos genes. Outro
exemplo: Darwin sugeriu, em 1866, que humanos e chimpanzés vinham de
um ancestral comum e agora sabemos, graças ao DNA, que ele estava
certo, porque o DNA humano e dos chimpanzés coincide em mais de 90% .
Como o trabalho de Darwin se sustenta hoje? Muitas vezes, o fundador
de um novo ramo da ciência acaba superado pelo avanço da própria
ciência que ajudou a criar.
Comparado com outros fundadores, Darwin sobrevive muito bem. Claro que
ele não era perfeito, cometeu erros e havia muita coisa que,
simplesmente, não sabia. Mas é notável quantas das suas idéias, quanto
de seus "insights", foram validados. Por exemplo: ele teve problemas
em entender como insetos sociais, como abelhas e formigas, criam
comunidades onde a maioria dos indivíduos trabalha, mas não se
reproduz, já que a evolução prevê que os indivíduos que têm mais
sucesso reprodutivo devem acabar dominando a espécie. Isso parecia um
desafio à teoria da evolução. Ele teve a idéia de que alguns
indivíduos poderiam se sacrificar em favor de outros de parentesco
próximo, na mesma colônia. E hoje esta ainda é a principal explicação,
com muita evidência a seu favor. Claro, ele estava errado em algumas
coisas. Ele tentou criar uma teoria da hereditariedade que estava,
simplesmente, errada. Mas ninguém é perfeito.
Críticos da evolução costumam dizer que a teoria é um raciocínio
circular, já que afirma "a sobrevivência dos mais aptos", mas o único
jeito de saber quem é mais apto é esperando para ver quem sobrevive...
Não se trata de um argumento forte. Os críticos dizem que só dá para
saber quem é o mais apto depois que ele sobrevive. Mas: sabemos que é
possível um tipo de indivíduo ser mais abundante na espécie, mesmo se
não for o mais apto. Esse é um processo puramente aleatório, de
variação dos genótipos (seqüências de DNA) dentro das populações. É um
processo chamado deriva genética. E não é um processo de seleção
natural. Se você olhar para duas populações que começaram do mesmo
jeito, uma delas poderá acabar diferente, por puro acaso, como num
lance de dados. Isso elimina o argumento de que se trata de um
raciocínio circular. Além disso, é possível prever qual organismo se
sairá melhor num determinado ambiente. Em praticamente toda edição da
revista Evolution há um exemplo do tipo, onde pegamos uma
característica de um organismo, prevemos como ela pode ajudar a
sobrevivência em um determinado ambiente, e depois vemos que esse é
exatamente o caso. Não é preciso ser um gênio para entender que se há
dois tipos de bactéria, e um deles é capaz de digerir uma substância e
outro, não, se você colocá-los num ambiente com esse produto, um vai
ganhar e o outro vai perder. Isso é evolução por seleção natural, e
podemos prever seu resultado.
Também há quem diga que não é possível testar a evolução, para saber
se ela está certa ou errada.
Isso também é falso. Vamos pegar a questão da evolução no esquema mais
amplo, que é a proposição de que todos os organismos evoluíram, por
descendência com modificações, de um ancestral comum. Eu e as árvores
lá fora, e as bactérias em meu aparelho digestivo, todos viemos de uma
única forma de vida ancestral que deu origem a toda a variedade atual.
Isso ocorreu ao longo do tempo, a um ritmo determinado, é claro. Não
dá para tirar um mamífero de uma bactéria de uma hora para a outra,
deve haver passos intermediários. Então, entendemos que as formas de
vida mais recentes não podem ter ocorrido muito cedo na história da
evolução. Portanto, se você conseguisse encontrar fósseis de
mamíferos, indisputáveis, de 400 milhões de anos, isso causaria muita
dor e sofrimento, porque os biólogos diriam, não pode ser. Então, essa
é uma observação possível, um teste, que forçaria a uma revisão
completa da teoria da evolução.
O debate entre evolução e criacionismo, se evolução deve ser ensinada
nas escolas, se o criacionismo deveria ser ensinado por professores de
ciências, causa muita polarização, muita polêmica, desencadeia
discussões apaixonadas. A evolução parece ser o único tema, no
currículo de ciências, a provocar reações tão extremas. Por quê?
É precisamente porque as pessoas resistem muito à idéia de que
surgimos por meio de um processo puramente material, a partir de
outras formas de vida. É uma idéia que preocupa. É vista como uma
ameaça à dignidade humana, talvez. E também uma ameaça às crenças
religiosas, porque as crenças religiosas dizem que os seres humanos
são muito especiais, foram deliberadamente criados por um Criador
bondoso que se importa com elas. Enquanto que a explicação científica
para a origem dos seres humanos entra em conflito com esse ponto de
vista. Creio que é por isso que a evolução causa uma reação tão
emocional.
Mas essa ameaça é real? O sentimento humano de ser protegido por um
Criador onipotente está mesmo sob ameaça da teoria da evolução, ou se
trata de um mal-entendido?
Creio que é possível aceitar a evolução totalmente e, ao mesmo tempo,
preservar crenças religiosas e teológicas. E digo isso porque há
milhões de pessoas que fazem isso. Incluindo inúmeros cientistas, que
aceitam a religião, têm sentimentos religiosos, e aceitam as
evidências a favor da evolução, incluindo a evolução da espécie
humana. Um de meus melhores alunos de doutorado, que hoje é um biólogo
evolucionista muito produtivo, é católico devoto e praticante. O papa
anterior (João Paulo II) escreveu um documento dizendo que a evidência
a favor da evolução é tão forte que a teoria deveria ser aceita como
mais que pura especulação. No entanto, o papa disse que isso não
significa que existe uma explicação biológica para a parte mais íntima
do ser humano, a alma. Ele reserva uma parte para a religião. Creio
que muitos líderes religiosos, e muita gente religiosa, não têm
problema nenhum com a evolução. A Igreja Católica tem aceito a
evolução há muito tempo. No entanto, é claro que isso significa que há
certas afirmações específicas na Bíblia que não são literalmente
compatíveis com a evolução. Mas também não são compatíveis com física,
geologia, ou astronomia, ou nenhuma das outras ciências. Se você
acredita que o mundo foi criado em seis dias, ou se acredita que o
mundo foi criado há 100.000 anos, isso não é aceitável para
astrônomos, geólogos ou físicos. Você tem de estar preparado para
reinterpretar os textos religiosos, o que é exatamente o que os
teólogos fazem. Bons teólogos não acreditam que tudo que aparece
escrito nas versões em inglês, em português ou espanhol da Bíblia é
para ser tomado exatamente como verdade literal.
Mas as religiões pararam de perseguir astrônomos há séculos, enquanto
que professores de biologia ainda encontram problemas. A resistência
às novas verdades científicas que vêm da biologia é maior por quê...?
É por causa do conteúdo emocional, eu acho. As pessoas não se
preocupam muito se a física entra em conflito com a Bíblia, mas creio
que, porque são humanas, elas se preocupam com a biologia. Mas eu
gostaria de destacar que são apenas algumas lideranças religiosas, e
algumas pessoas religiosas, que condenam a evolução. Nos países onde a
maioria da população é católica, como Espanha, Portugal, ou na maior
parte da América Latina, não há conflito. O conflito surge onde há
versões fundamentalistas do cristianismo, que tomam a Bíblia
literalmente. Mas isso não é um problema entre as religiões maiores,
majoritárias. Há muitas pessoas que têm crenças religiosas e acreditam
na evolução, incluindo cientistas. Mas elas são cuidadosas em separar
uma coisa da outra. Elas defendem que há coisas que a ciência não deve
fazer, há lugares onde a ciência não deve entrar, por exemplo, na
questão dos valores, da ética, da moralidade, coisas sobre as quais a
ciência não tem nada de útil a dizer, e onde não deveria se meter.
Mas, em compensação, quando se tenta explicar o mundo natural, quando
se tenta explicar as coisas que acontecem na natureza, com animais,
plantas, rochas ou estrelas, ou átomos, a abordagem científica não
pode admitir a religião. É preciso separar e manter separado. Porque
quando se propõe que a ciência aceite explicações religiosas, aí você
tem idéias que não podem ser testadas. Ao postular que algo foi
causado por um ser sobrenatural, ninguém tem a menor idéia de como
determinar se essa é uma explicação verdadeira ou falsa. E se você
pode dizer que um ser sobrenatural é responsável por esse evento em
particular, por exemplo, a origem dos seres humanos, então você pode
dizer que ele é responsável por tudo, pelo terremoto que aconteceu na
China. Gostaríamos de parar de tentar entender os terremotos, porque
alguém disse que há uma causa sobrenatural? A ciência tem de se manter
materialista em suas explicações, o que não significa que a visão de
mundo do cientista tenha de ser materialista. O materialismo não cabe
quando o assunto é amor, ou ética, mas quando tentamos entender o
mundo natural, é essencial.
Mas há conflitos. A ciência pode informar as decisões morais. Para
tomar uma decisão sobre certo e errado, você precisa de fatos, e os
fatos têm de vir da ciência, do método científico.
Certamente. Mas não a decisão sobre o que é certo e errado. A ciência
pode descrever o que ocorre com o óvulo, da fertilização até o
nascimento, e pode dizer, talvez, quando o cérebro se forma, quando o
cérebro está pronto e descrever outros aspectos do desenvolvimento do
embrião, mas a ciência não pode lhe dizer se o aborto é moral ou
imoral.
O uso de células-tronco extraídas de embriões humanos em pesquisas
científicas causa muita polêmica no Brasil. O sr. acha que esse uso
deve ser autorizado?
Minha opinião pessoal quanto a isso não tem mais peso que a de
qualquer outra pessoa. Porque é só isso, a minha opinião. Se eu
responder a essa pergunta, será uma resposta baseada em meus valores
pessoais, não uma resposta científica. Eu sou um cientista, e não
posso fazer uma afirmação científica sobre esse assunto. Posso falar
sobre as conseqüências científicas de certas linhas de pesquisa. Posso
dizer que, se tal e tal pesquisa for feita... e eu não sou um
especialista em células-tronco, mas um biólogo com mais conhecimento
dessa área poderia dizer... que se as pesquisas forem feitas, tal e
tal tecnologia médica poderia se tornar viável . Mas esta seria uma
declaração científica, que não é a mesma coisa que uma declaração de
certo e errado. Certo e errado não pode ser uma afirmação científica.
Se o Brasil vier a viver uma radicalização como a que existe nos EUA
em torno do ensino da evolução e do criacionismo, qual seria seu
conselho aos cientistas e professores brasileiros?
Meu conselho seria que os cientistas venham a público, que tentem
educar a população sobre essas questões. Eles têm de tentar explicar a
diferença entre uma abordagem científica e uma abordagem não
científica. Eles têm de tentar explicar às pessoas que dependemos da
ciência para avanços tecnológicos com muitos resultados práticos. E
essas aplicações não podem ser mais fortes do que o entendimento
básico de ciência que temos a respeito do mundo natural. Os cientistas
tem de enfatizar que os benefícios da ciência só virão se ensinarmos
às pessoas como avaliar evidências. Em ciência, sempre que alguém faz
uma afirmação, a resposta é: qual a sua evidência? Em ciência, suas
afirmações são tão fortes quanto a evidência que se apresenta.
Portanto, não podemos admitir uma afirmação para a qual não ha
evidência concreta. É preciso que todos os cientistas tentem explicar
às pessoas qual é a natureza da ciência, e manter a ciência separada
da religião. Não para fazer pouco caso da religião. As pessoas têm sua
liberdade de crença religiosa, mas precisam entender que isso tem de
ficar do lado de fora da aula de ciências. Assim como a ciência deve
ficar fora dos ensinamentos das igrejas sobre moralidade. Creio,
ainda, que os cientistas devem fazer todo o esforço para contestar as
alegações feitas por criacionistas. Então, se houver algum
criacionista, algum defensor do design inteligente (movimento que
propõe que a vida é complexa demais para ter surgido por meios
estritamente naturais), alguma figura religiosa que vá à televisão
para fazer alegações falsas sobre a evolução, então os cientistas
devem procurar o canal de TV, a revista, ou o veículo que for, e
dizer, não, isso é errado, não é o que entendemos do ponto de vista
científico, e aqui está o que é correto, e eis o porquê. Meu outro
conselho seria: não crie uma oposição entre ciência e religião. Há
algumas pessoas no meu campo que são ateus bem agressivos. Você talvez
já tenha ouvido falar em Richard Dawkins (biólogo britânico que
defende a incompatibilidade entre ciência e religião. Seu livro mais
recente é Deus, um Delírio)?
O senhor acha que a participação de cientistas, principalmente
biólogos, em movimentos de difusão do ateísmo acaba prejudicando os
esforços em favor do ensino das ciências?
Creio que, provavelmente, sim. E a razão disso é: se você diz às
pessoas que elas devem escolher entre ciência e religião, que é
impossível ter os dois, então as pessoas vão escolher a religião. Por
quê? Porque traz mais satisfação emocional. Religião satisfaz
necessidades muito profundas de muita gente. Negar às pessoas o
conforto dessas crenças é muito contraproducente e, eu diria, muito
cruel. Minha mensagem para os cientistas, então, seria: reconheçam a
humanidade das pessoas. Tentem mostrar a elas que é possível conciliar
o ponto de vista científico com o religioso, em vez de criar uma
dualidade. Mas é claro que muitos religiosos, principalmente
evangélicos fundamentalistas, insistem nessa dualidade. Insistem que é
preciso escolher.
Escolas adotam criacionismo em aulas de ciências
Instituições religiosas usam explicação cristã sobre criação do mundo junto com a teoria da evolução
Simone Iwasso e Giovana Girardi
Polêmicos nos Estados Unidos, onde são defendidos por movimentos religiosos como mais do que explicações baseadas na fé para a criação do mundo, o criacionismo e o design inteligente se espalham pelas escolas confessionais brasileiras - e não apenas no ensino religioso, mas nas aulas de ciências. Escolas tradicionais religiosas como Mackenzie, Colégio Batista e a rede de escolas adventistas do País adotam a atitude de não separar religião e ciência nas aulas, levando aos alunos a explicação cristã sobre a criação do mundo junto com os conceitos da teoria evolucionista. Algumas usam material próprio.
Outros trabalham com livros didáticos da lista do Ministério da Educação e acrescentam material extra. "Temos dificuldade em ver fé dissociada de ciência, por isso na nossa entidade, que é confessional, tratamos do evolucionismo com os estudantes nas aulas de ciências, mas entendemos que é preciso também espaço para o contraditório, que é o criacionismo", defende Cleverson Pereira de Almeida, diretor de ensino e desenvolvimento do Mackenzie.
O criacionismo e a teoria da evolução de Charles Darwin começam a ser ensinados no colégio entre a 5ª e 8ª séries do fundamental. Na hora de explicar a diversidade de espécies, por exemplo, em vez de dizer que elas são resultados de milhares de anos do processo de seleção natural, se diz que a variedade representa a sabedoria e a riqueza de Deus.
No Colégio Batista, em Perdizes (SP), o entendimento é semelhante. "Ensinamos as duas correntes nas aulas e deixamos claro que os cientistas acreditam na evolução, mas para nós o correto é a explicação criacionista. O importante é que não deixamos o aluno alienado da realidade", afirma Selma Guedes, diretora de capelaria da instituição.
A polêmica está no fato de os colégios ensinarem o criacionismo e o design inteligente não como explicações religiosas, mas como correntes científicas que se contrapõem ao evolucionismo. Nos EUA, a polêmica parou na Justiça. Em 2005, tribunais da Pensilvânia decidiram que o design inteligente não era ciência, recolocando Darwin nas escolas. No Brasil, onde o debate não é tão acirrado, esse tipo de ensino tem despertado dúvidas sobre a validade na preparação dos alunos. Os conteúdos de ciências exigidos em concursos e vestibulares são baseados em consensos de entidades científicas, que defendem a teoria da evolução.
Já nos cerca de 2 mil colégios católicos, segundo dados da Rede Católica de Educação, não há conflitos entre fé e teoria evolucionista. No material usado por cerca de cem colégios do País, as aulas de ciência trazem a teoria da evolução e explicam o papel de Darwin.
Simone Iwasso e Giovana Girardi
Polêmicos nos Estados Unidos, onde são defendidos por movimentos religiosos como mais do que explicações baseadas na fé para a criação do mundo, o criacionismo e o design inteligente se espalham pelas escolas confessionais brasileiras - e não apenas no ensino religioso, mas nas aulas de ciências. Escolas tradicionais religiosas como Mackenzie, Colégio Batista e a rede de escolas adventistas do País adotam a atitude de não separar religião e ciência nas aulas, levando aos alunos a explicação cristã sobre a criação do mundo junto com os conceitos da teoria evolucionista. Algumas usam material próprio.
Outros trabalham com livros didáticos da lista do Ministério da Educação e acrescentam material extra. "Temos dificuldade em ver fé dissociada de ciência, por isso na nossa entidade, que é confessional, tratamos do evolucionismo com os estudantes nas aulas de ciências, mas entendemos que é preciso também espaço para o contraditório, que é o criacionismo", defende Cleverson Pereira de Almeida, diretor de ensino e desenvolvimento do Mackenzie.
O criacionismo e a teoria da evolução de Charles Darwin começam a ser ensinados no colégio entre a 5ª e 8ª séries do fundamental. Na hora de explicar a diversidade de espécies, por exemplo, em vez de dizer que elas são resultados de milhares de anos do processo de seleção natural, se diz que a variedade representa a sabedoria e a riqueza de Deus.
No Colégio Batista, em Perdizes (SP), o entendimento é semelhante. "Ensinamos as duas correntes nas aulas e deixamos claro que os cientistas acreditam na evolução, mas para nós o correto é a explicação criacionista. O importante é que não deixamos o aluno alienado da realidade", afirma Selma Guedes, diretora de capelaria da instituição.
A polêmica está no fato de os colégios ensinarem o criacionismo e o design inteligente não como explicações religiosas, mas como correntes científicas que se contrapõem ao evolucionismo. Nos EUA, a polêmica parou na Justiça. Em 2005, tribunais da Pensilvânia decidiram que o design inteligente não era ciência, recolocando Darwin nas escolas. No Brasil, onde o debate não é tão acirrado, esse tipo de ensino tem despertado dúvidas sobre a validade na preparação dos alunos. Os conteúdos de ciências exigidos em concursos e vestibulares são baseados em consensos de entidades científicas, que defendem a teoria da evolução.
Já nos cerca de 2 mil colégios católicos, segundo dados da Rede Católica de Educação, não há conflitos entre fé e teoria evolucionista. No material usado por cerca de cem colégios do País, as aulas de ciência trazem a teoria da evolução e explicam o papel de Darwin.
PHNunzio: Acho que a mídia esta dando pouca atenção a esta invasão de da religião nas cadeiras de ciências. Se quiserem ter aulas de religião que se deixe bem claro a separação, pois ja vemos um analfabetismo científico enorme os estudantes, e o que menos precisamos e informações erradas, sem nenhuma base e já profundamente refutadas por incontáveis estudos. Por isso que mais uma vez repito, NUNCA PONHAM SEUS FILHOS EM ESCOLAS CONFESSIONAIS
sábado, 6 de dezembro de 2008
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
TJ-MG CONDENA PASTOR QUE DEMOLIU CASAS
ÚLTIMA INSTÂNCIA, 04-12-2008
Publicidade A 1ª Câmara do TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais)
condenou um pastor a dois anos, oito meses e 12 dias de reclusão em
regime semi-aberto por ter demolido, sem autorização, três casas em
Belo Horizonte para construir um estacionamento da Igreja Universal do
Reino de Deus. A pena, no entanto, foi substituída por pagamento de
multa e prestação de serviços à comunidade.
Segundo informações do processo, em um fim de semana de agosto de 2005
foram feitas as demolições. Os imóveis eram protegidos por atos
administrativos de inventário e registro documental pelo Conselho
Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte. Na época, as
casas estavam sendo analisadas para tombamento.
O pastor, também co-fundador da igreja, foi condenado com base em
dispositivos da Lei 9.605/98, que diz que é crime "destruir,
inutilizar ou deteriorar bem especialmente protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial".
O pastor e a igreja, também denunciada pelo Ministério Público, haviam
sido absolvidos em primeira instância. Na segunda instância, os
desembargadores do TJ de Minas excluíram a igreja do processo. Os
desembargadores entenderam que não é juridicamente viável a
responsabilização penal da igreja pelo crime a ela atribuído — punido
com a pena privativa de liberdade.
Em sua defesa, o pastor alegou que desconhecia a proteção que recaía
sobre as casas destruídas. Em uma parte de seu depoimento, no entanto,
ele confessou que chegou a receber uma notificação do Departamento de
Obras do município para que se abstivesse de demolir os três imóveis
sem a necessária autorização, sob pena de multa.
A relatora do processo, desembargadora Márcia Milanez, considerou que
a alegação de desconhecimento é descabida, porque ficou comprovado que
a igreja se fez representar em diversas reuniões nos órgãos da
prefeitura responsáveis pela preservação do patrimônio cultural.
Além disso, a igreja já sabia das restrições em relação aos imóveis no
momento em que firmou o contrato de compra e venda, tendo recebido,
posteriormente, notificações acerca da proteção das casas.
A desembargadora lembrou que as casas estavam em processo de
tombamento e que a simples circunstância de formalização não ter sido
finalizada antes da demolição não afasta a proteção a que os imóveis
faziam jus. A relatora lembrou ainda que o acusado afirmou em juízo
que optou voluntária e intelectualmente por descumprir as
notificações, assumindo os encargos e ônus, que ele julgou serem
apenas a de cobrança de multa.
Para a magistrada, outra prova do crime seria o fato de as demolições
terem sido feitas em um fim de semana, "na surdina", surpreendendo as
autoridades municipais. "Não se pode esquecer a impertinência, em um
Estado laico, de que o fornecimento de um espaço para a simples
comodidade dos usuários de determinada instituição religiosa seja mais
importante do que a proteção do patrimônio cultural brasileiro".
Os desembargadores do tribunal mineiro não fixaram um valor para a
reparação dos danos, porque eles são objeto de uma ação civil pública
movida pelo Ministério Público.
Processo nº: 1.0024.05.817111-7/001 [i]
http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/59724.shtml
Publicidade A 1ª Câmara do TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais)
condenou um pastor a dois anos, oito meses e 12 dias de reclusão em
regime semi-aberto por ter demolido, sem autorização, três casas em
Belo Horizonte para construir um estacionamento da Igreja Universal do
Reino de Deus. A pena, no entanto, foi substituída por pagamento de
multa e prestação de serviços à comunidade.
Segundo informações do processo, em um fim de semana de agosto de 2005
foram feitas as demolições. Os imóveis eram protegidos por atos
administrativos de inventário e registro documental pelo Conselho
Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte. Na época, as
casas estavam sendo analisadas para tombamento.
O pastor, também co-fundador da igreja, foi condenado com base em
dispositivos da Lei 9.605/98, que diz que é crime "destruir,
inutilizar ou deteriorar bem especialmente protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial".
O pastor e a igreja, também denunciada pelo Ministério Público, haviam
sido absolvidos em primeira instância. Na segunda instância, os
desembargadores do TJ de Minas excluíram a igreja do processo. Os
desembargadores entenderam que não é juridicamente viável a
responsabilização penal da igreja pelo crime a ela atribuído — punido
com a pena privativa de liberdade.
Em sua defesa, o pastor alegou que desconhecia a proteção que recaía
sobre as casas destruídas. Em uma parte de seu depoimento, no entanto,
ele confessou que chegou a receber uma notificação do Departamento de
Obras do município para que se abstivesse de demolir os três imóveis
sem a necessária autorização, sob pena de multa.
A relatora do processo, desembargadora Márcia Milanez, considerou que
a alegação de desconhecimento é descabida, porque ficou comprovado que
a igreja se fez representar em diversas reuniões nos órgãos da
prefeitura responsáveis pela preservação do patrimônio cultural.
Além disso, a igreja já sabia das restrições em relação aos imóveis no
momento em que firmou o contrato de compra e venda, tendo recebido,
posteriormente, notificações acerca da proteção das casas.
A desembargadora lembrou que as casas estavam em processo de
tombamento e que a simples circunstância de formalização não ter sido
finalizada antes da demolição não afasta a proteção a que os imóveis
faziam jus. A relatora lembrou ainda que o acusado afirmou em juízo
que optou voluntária e intelectualmente por descumprir as
notificações, assumindo os encargos e ônus, que ele julgou serem
apenas a de cobrança de multa.
Para a magistrada, outra prova do crime seria o fato de as demolições
terem sido feitas em um fim de semana, "na surdina", surpreendendo as
autoridades municipais. "Não se pode esquecer a impertinência, em um
Estado laico, de que o fornecimento de um espaço para a simples
comodidade dos usuários de determinada instituição religiosa seja mais
importante do que a proteção do patrimônio cultural brasileiro".
Os desembargadores do tribunal mineiro não fixaram um valor para a
reparação dos danos, porque eles são objeto de uma ação civil pública
movida pelo Ministério Público.
Processo nº: 1.0024.05.817111-7/001 [i]
http://ultimainstancia.uol.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Mito 4: Ateus não podem saber que não existe um deus, já que não podem provar que não existe.
Novamente, isto é uma via de mão dupla, porém os teístas evitam admitir o outro lado. Ateístas não precisam provar a não existência de deus, assim como não precisamos provar a não existência de Zeus ou Jupter. Os teístas podem provar que deus é mais provável que qualquer outra alternativa? Claro que não. Ninguém pode provar que deus existe, porém eles continuarão afirmando que sim. Bem, se eles podem ter certeza apesar de não possuírem evidências, nós podemos, á luz da falta de evidências, apoiar o ateísmo.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
MÍDIA SE CALA SOBRE ACORDO COM O VATICANO
Por Lilia Diniz em 26/11/2008
O Observatório da Imprensa exibido na terça-feira (25/11) pela TV
Brasil e pela TV Cultura discutiu a cobertura dos meios de
comunicação sobre o acordo firmado no dia 13 de novembro entre o
governo brasileiro e a Santa Sé, assinado durante a recente visita do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Vaticano. A mídia ofereceu
pouco espaço ao acordo, que pode ferir o princípio do Estado laico. O
tratado, que confere formato jurídico às relações entre o Executivo
Brasileiro e a Igreja Católica, tem pontos polêmicos.
O acordo prevê, por exemplo, o ensino religioso nas escolas públicas,
com presença facultativa, e a possibilidade da anulação do casamento
civil no caso o matrimônio religioso ser desfeito. Participaram do
debate ao vivo, no estúdio do Rio de Janeiro, o reverendo Guilhermino
Silva da Cunha, pastor da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, e
a pesquisadora e professora da USP Roseli Fischmann. Em Brasília,
participou o representante da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), Hugo Sarubbi Cysneiros.
No editorial que inicia o programa, o jornalista Alberto Dines
classificou a atuação da mídia como "embargo noticioso ou
autocensura". O acordo foi mantido sob sigilo porque infringe o
espírito e a letra da Constituição Federal. Além de os jornais não
terem dado destaque à assinatura do acordo, a mídia eletrônica
evangélica não protestou. Na avaliação de Dines, os grupos
evangélicos têm sido privilegiados pelo governo de outras
formas. "Significa que no lugar de seguir a Constituição e
estabelecer completa separação entre estado e religião, o Brasil
inventou uma forma original de administrar o conflito religioso,
oferecendo vantagens às confissões religiosas mais poderosas",
avaliou.
"E como ficam os secularistas e agnósticos que acreditam que um
estado democrático deve ser obrigatoriamente laico? E as outras
confissões religiosas afro-brasileiras, como o candomblé, não
deveriam entrar no bolo de privilégios? Estamos na contramão do mundo
desenvolvido e nossa imprensa, esquecida dos três séculos de censura
absoluta antes de ser autorizada a funcionar, teve um surto de
saudosismo e voltou a experimentar as delícias da autocensura",
criticou o jornalista.
Na reportagem exibida antes do debate ao vivo a repórter especial da
Folha de S.Paulo, Elvira Lobato, estudiosa das questões que envolvem
as concessões de radiodifusão no Brasil, explicou que o Código
Brasileiro de Telecomunicações é da década de 1960. A norma não
permite que denominações religiosas detenham concessões canais de
rádio e TV mas, na prática, grande parte das igrejas conseguem burlar
a lei. Algumas não são concessionárias, mas arrendam o espaço em
emissoras privadas o que "para efeito de mercado dá no mesmo" porque
levam a mensagem ao fiel. Já o fenômeno do altar eletrônico, que vêm
crescendo continuamente, passou a ser uma importante fonte de renda
para as emissoras privadas.
Igreja Católica, um tabu para a imprensa
No debate ao vivo, Roseli Fischmann comentou que a imprensa tem
demonstrado dificuldade de tratar do acordo. A professora relembrou
que em maio de 2005, durante a visita do Papa Bento XVI, mesmo com o
posicionamento crítico em relação ao tema, publicando forte editorial
em prol do estado laico e contra o sigilo que vinha cercando a
negociação, a Folha de S.Paulo abriu espaço para a Igreja Católica
manifestar-se a cada nova polêmica, como também os defensores do
estado laico, o que favoreceu o debate no jornal e na sociedade.
Roseli comentou que embora fossem poucos os veículosa que tivessem se
envolvido nesses momentos, imprensa trouxe importantes vitórias para
a cidadania ao mobilizar a sociedade na discussão da implantação do
feriado nacional por conta da canonização de frei Galvão, que foi
rejeitado pela Câmara dos Deputados depois de aprovado no Senado,
exatamente por esse debate público; e sobre um projeto ligado ao
ensino religioso nas escolas paulistas, vetado pelo governador José
Serra, depois de aprovado na Assembléia Legislativa de Sâo Paulo.
Dines pediu ao representante da CNBB esclarecer se a Constituição
brasileira é secularista. Hugo Sarubbi Cysneiros comentou que a Carta
Magna invoca Deus em seu preâmbulo, mas é laica. O Estado não é ateu
nem professa uma religião específica. O advogado ressaltou que o
projeto de acordo entre a Santa Sé, como pessoa jurídica de Direito
Internacional Público, e o Estado brasileiro não privilegiou a Igreja
Católica, mas respaldou o estatuto jurídico desta religião.
O Estado brasileiro vê no laicismo positivo "um caminho" e reconhece
na religião e na crença "algo que faz parte do ser humano" e que pode
ser exercitado pelos cidadãos como um Direito. Dines ponderou que a
citação a Deus no preâmbulo da Constituição não chegou a ser uma
profissão de fé religiosa, foi apenas uma intervenção pessoal do
então presidente José Sarney. Não comprometia o caráter secular que
previa a separação entre o Estado e as crenças religiosas.
O acordo é constitucional?
O reverendo Guilhermino Silva da Cunha acredita que a separação entre
Igreja e Estado é "absolutamente saudável" e preserva a liberdade
religiosa. De acordo com o religioso, esta separação foi preconizada
pelo próprio Jesus Cristo na Bíblia, ao dizer, por exemplo, "meu
reino não é deste mundo" entre outras passagens. O pastor afirmou que
os dois Estados que celebraram o acordo envolvendo apenas uma
expressão religiosa atacam frontalmente a Constituição no Artigo 19
porque este proíbe alianças entre o governo e cultos religiosos ou
igrejas. "A celebração do acordo fere nosso diploma legal maior. Não
apenas agride as expressões religiosas, como também fere a
Constituição", criticou. O reverendo tem esperanças de que o
Congresso Nacional não referende o acordo.
"Mesmo que existisse um único cidadão de outra religião ou ateu ele
teria todo o Direito de exercer sua escolha", disse Roseli Fischmann.
O Estado laico tem o dever de preservar o Direito de todos
independente do número de pessoas que optem por determinada crença. A
professora frisou que o Brasil apresenta um grande pluralismo
religioso e que, por isto, é inaceitável um acordo internacional com
uma única religião. Neste caso, as demais estão sendo preteridas. "O
Estado precisa proteger para que todos se sintam respeitados",
avaliou.
Dines comentou que a Santa Sé queria "abafar" o acordo sem
a "oxigenação de uma sociedade democrática". O representante da CNBB
não concorda que a sociedade tenha sido ludibriada nem que a Igreja
seja manipuladora. "O sigilo não foi a bandeira, não foi o meio nem o
fim do tratado". O advogado considera que falar em sigilo de um
tratado internacional em um país com as características do Brasil é
um contra-senso porque a sociedade pode examinar o teor do acordo
quando este é submetido ao Poder Legislativo. Cysneiros destacou que
a Constituição Federal fala de Deus em outros artigos, não só no
preâmbulo.
O silêncio da mídia como sintoma
O advogado da CNBB disse que o tratado não foi firmado com a Igreja
Católica e sim com a Santa Sé, que é um Estado soberano. Se, por
questões históricas, as outras religiões não têm personalidade de
Direito Internacional Privado, não há como estas celebrarem tratados
internacionais. Para Cysneros não há privilégio da Igreja Católica em
detrimento de outras religiões e o acordo não é inconstitucional.
O tratado é claro e dá estatutos à Igreja Católica no Brasil partindo
de dois princípios: o respeito à Ordem Constitucional e ao Estado
brasileiro e a isonomia entre todas as entidades de igual natureza.
Dines argumentou que a Santa Sé é um Estado soberano, mas que é
teocrático e funciona com regras específicas. O silêncio da mídia é
conivente na opinião do reverendo Guilhermino Silva da Cunha, pastor
da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro. "Quando acontece o
silêncio significa que há algum entendimento ou alguma coisa
diferente e estranha", avaliou.
Um telespectador perguntou a Roseli Fishmann sobre o ensino religioso
nas escolas. A professora explicou que muitas vezes confunde-se o
papel das instituições. Principalmente em tempos de violência, quando
se considera que o ensino de religião pode combater a criminalidade.
A questão da religião é vinculada à consciência de cada indivíduo. Já
a escola deve preparar as crianças para respeitar os indivíduos como
cidadãos livres e iguais sem precisar recorrer a qualquer figura
sobrenatural.
A questão das concessões de rádio e TV
Para o reverendo Guilhermino Silva da Cunha, a presença das demais
igrejas na mídia não é diferente da presença da Igreja Católica. O
pastor não é contra a entrada das igrejas na mídia televisiva, mas
reprova o excesso. Como o telespectador tem o poder de mudar de
canal, o grande número de programas religiosos não chega a ser "uma
invasão". O pastor ressaltou que todas as igrejas pagam altos valores
tanto para alugar tempo nos canais privados quanto para manter uma
concessão. Na visão do reverendo, a existência de um canal de
televisão que ganhe força e vire uma rede em todo o país cria um
contra-ponto ao monopólio da comunicação, que é "um desastre".
Dines pediu a opinião de Roseli Fischmann sobre o "gerenciamento de
privilégios" no Brasil. A professora ressaltou a laicidade como o
fundamento da democracia no país: "Não existe democracia se as
pessoas não estiverem todas igualadas". As minorias religiosas são
uma das faces visíveis do pluralismo, que é essencial para a
democracia. O Estado não pode ser nem ausente nem omisso para as
minorias "não se encolherem e deixarem o campo público". Se um
determinado grupo é privilegiado, as minorias tendem a se retrair.
Perfil dos convidados
Hugo Sarubbi Cysneiros é advogado da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB). É professor das disciplinas de Sistemas de Direito
Comparados e de Direito Internacional Público do UniCeub/DF.
Roseli Fischmann é pesquisadora e professora, coordena a área de
Filosofia e Educação da Pós-Graduação em Educação da USP e o Grupo de
Pesquisa Discriminação, Preconceito, Estigma da universidade.
Integrou a Comissão Especial sobre Ensino Religioso do Estado de São
Paulo.
Rev. Guilhermino Silva da Cunha é pastor da Catedral Presbiteriana do
Rio de Janeiro. Doutor em Ministério pelo Reformed Theological
Seminary (Estados Unidos) e Doutor Honoris Causa pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Foi presidente do Supremo Concílio da Igreja
Presbiteriana do Brasil.
***
Barriga coletiva ou autocensura?
Alberto Dines # editorial do programa Observatório da Imprensa na TV
nº 487, no ar em 25/11/2008
O que é um "furo" no jargão jornalístico? É uma informação
exclusiva. "Barriga" é o contrário: quando um jornal ou jornalista
deixa de dar ou deturpa uma notícia. Não existe um termo específico
para uma situação insólita, a barriga coletiva, quando o conjunto de
veículos esconde uma informação.
Esse embargo noticioso ou autocensura aconteceu há pouco, em 12 e 13
de novembro, quando o presidente Lula foi a Roma assinar um acordo
com o Vaticano. Como esta concordata infringe o espírito e a letra da
carta magna, governo e mídia acharam perfeitamente natural manter
este acordo sob sigilo.
E como se explica a ausência de protestos da mídia eletrônica
evangélica? Simplesmente porque a mídia eletrônica evangélica tem
sido privilegiada pelo governo de outras formas. Significa que no
lugar de seguir a constituição e estabelecer completa separação entre
estado e religião, o Brasil inventou uma forma original de
administrar o conflito religioso, oferecendo vantagens às confissões
religiosas mais poderosas.
E como ficam os secularistas e agnósticos que acreditam que um estado
democrático deve ser obrigatoriamente laico? E as outras confissões
religiosas afro-brasileiras, como o Candomblé, não deveriam entrar no
bolo de privilégios?
Estamos na contramão do mundo desenvolvido e nossa imprensa,
esquecida dos três séculos de censura absoluta antes de ser
autorizada a funcionar, teve um surto de saudosismo e voltou a
experimentar as delícias da autocensura.
O Observatório da Imprensa exibido na terça-feira (25/11) pela TV
Brasil e pela TV Cultura discutiu a cobertura dos meios de
comunicação sobre o acordo firmado no dia 13 de novembro entre o
governo brasileiro e a Santa Sé, assinado durante a recente visita do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Vaticano. A mídia ofereceu
pouco espaço ao acordo, que pode ferir o princípio do Estado laico. O
tratado, que confere formato jurídico às relações entre o Executivo
Brasileiro e a Igreja Católica, tem pontos polêmicos.
O acordo prevê, por exemplo, o ensino religioso nas escolas públicas,
com presença facultativa, e a possibilidade da anulação do casamento
civil no caso o matrimônio religioso ser desfeito. Participaram do
debate ao vivo, no estúdio do Rio de Janeiro, o reverendo Guilhermino
Silva da Cunha, pastor da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, e
a pesquisadora e professora da USP Roseli Fischmann. Em Brasília,
participou o representante da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), Hugo Sarubbi Cysneiros.
No editorial que inicia o programa, o jornalista Alberto Dines
classificou a atuação da mídia como "embargo noticioso ou
autocensura". O acordo foi mantido sob sigilo porque infringe o
espírito e a letra da Constituição Federal. Além de os jornais não
terem dado destaque à assinatura do acordo, a mídia eletrônica
evangélica não protestou. Na avaliação de Dines, os grupos
evangélicos têm sido privilegiados pelo governo de outras
formas. "Significa que no lugar de seguir a Constituição e
estabelecer completa separação entre estado e religião, o Brasil
inventou uma forma original de administrar o conflito religioso,
oferecendo vantagens às confissões religiosas mais poderosas",
avaliou.
"E como ficam os secularistas e agnósticos que acreditam que um
estado democrático deve ser obrigatoriamente laico? E as outras
confissões religiosas afro-brasileiras, como o candomblé, não
deveriam entrar no bolo de privilégios? Estamos na contramão do mundo
desenvolvido e nossa imprensa, esquecida dos três séculos de censura
absoluta antes de ser autorizada a funcionar, teve um surto de
saudosismo e voltou a experimentar as delícias da autocensura",
criticou o jornalista.
Na reportagem exibida antes do debate ao vivo a repórter especial da
Folha de S.Paulo, Elvira Lobato, estudiosa das questões que envolvem
as concessões de radiodifusão no Brasil, explicou que o Código
Brasileiro de Telecomunicações é da década de 1960. A norma não
permite que denominações religiosas detenham concessões canais de
rádio e TV mas, na prática, grande parte das igrejas conseguem burlar
a lei. Algumas não são concessionárias, mas arrendam o espaço em
emissoras privadas o que "para efeito de mercado dá no mesmo" porque
levam a mensagem ao fiel. Já o fenômeno do altar eletrônico, que vêm
crescendo continuamente, passou a ser uma importante fonte de renda
para as emissoras privadas.
Igreja Católica, um tabu para a imprensa
No debate ao vivo, Roseli Fischmann comentou que a imprensa tem
demonstrado dificuldade de tratar do acordo. A professora relembrou
que em maio de 2005, durante a visita do Papa Bento XVI, mesmo com o
posicionamento crítico em relação ao tema, publicando forte editorial
em prol do estado laico e contra o sigilo que vinha cercando a
negociação, a Folha de S.Paulo abriu espaço para a Igreja Católica
manifestar-se a cada nova polêmica, como também os defensores do
estado laico, o que favoreceu o debate no jornal e na sociedade.
Roseli comentou que embora fossem poucos os veículosa que tivessem se
envolvido nesses momentos, imprensa trouxe importantes vitórias para
a cidadania ao mobilizar a sociedade na discussão da implantação do
feriado nacional por conta da canonização de frei Galvão, que foi
rejeitado pela Câmara dos Deputados depois de aprovado no Senado,
exatamente por esse debate público; e sobre um projeto ligado ao
ensino religioso nas escolas paulistas, vetado pelo governador José
Serra, depois de aprovado na Assembléia Legislativa de Sâo Paulo.
Dines pediu ao representante da CNBB esclarecer se a Constituição
brasileira é secularista. Hugo Sarubbi Cysneiros comentou que a Carta
Magna invoca Deus em seu preâmbulo, mas é laica. O Estado não é ateu
nem professa uma religião específica. O advogado ressaltou que o
projeto de acordo entre a Santa Sé, como pessoa jurídica de Direito
Internacional Público, e o Estado brasileiro não privilegiou a Igreja
Católica, mas respaldou o estatuto jurídico desta religião.
O Estado brasileiro vê no laicismo positivo "um caminho" e reconhece
na religião e na crença "algo que faz parte do ser humano" e que pode
ser exercitado pelos cidadãos como um Direito. Dines ponderou que a
citação a Deus no preâmbulo da Constituição não chegou a ser uma
profissão de fé religiosa, foi apenas uma intervenção pessoal do
então presidente José Sarney. Não comprometia o caráter secular que
previa a separação entre o Estado e as crenças religiosas.
O acordo é constitucional?
O reverendo Guilhermino Silva da Cunha acredita que a separação entre
Igreja e Estado é "absolutamente saudável" e preserva a liberdade
religiosa. De acordo com o religioso, esta separação foi preconizada
pelo próprio Jesus Cristo na Bíblia, ao dizer, por exemplo, "meu
reino não é deste mundo" entre outras passagens. O pastor afirmou que
os dois Estados que celebraram o acordo envolvendo apenas uma
expressão religiosa atacam frontalmente a Constituição no Artigo 19
porque este proíbe alianças entre o governo e cultos religiosos ou
igrejas. "A celebração do acordo fere nosso diploma legal maior. Não
apenas agride as expressões religiosas, como também fere a
Constituição", criticou. O reverendo tem esperanças de que o
Congresso Nacional não referende o acordo.
"Mesmo que existisse um único cidadão de outra religião ou ateu ele
teria todo o Direito de exercer sua escolha", disse Roseli Fischmann.
O Estado laico tem o dever de preservar o Direito de todos
independente do número de pessoas que optem por determinada crença. A
professora frisou que o Brasil apresenta um grande pluralismo
religioso e que, por isto, é inaceitável um acordo internacional com
uma única religião. Neste caso, as demais estão sendo preteridas. "O
Estado precisa proteger para que todos se sintam respeitados",
avaliou.
Dines comentou que a Santa Sé queria "abafar" o acordo sem
a "oxigenação de uma sociedade democrática". O representante da CNBB
não concorda que a sociedade tenha sido ludibriada nem que a Igreja
seja manipuladora. "O sigilo não foi a bandeira, não foi o meio nem o
fim do tratado". O advogado considera que falar em sigilo de um
tratado internacional em um país com as características do Brasil é
um contra-senso porque a sociedade pode examinar o teor do acordo
quando este é submetido ao Poder Legislativo. Cysneiros destacou que
a Constituição Federal fala de Deus em outros artigos, não só no
preâmbulo.
O silêncio da mídia como sintoma
O advogado da CNBB disse que o tratado não foi firmado com a Igreja
Católica e sim com a Santa Sé, que é um Estado soberano. Se, por
questões históricas, as outras religiões não têm personalidade de
Direito Internacional Privado, não há como estas celebrarem tratados
internacionais. Para Cysneros não há privilégio da Igreja Católica em
detrimento de outras religiões e o acordo não é inconstitucional.
O tratado é claro e dá estatutos à Igreja Católica no Brasil partindo
de dois princípios: o respeito à Ordem Constitucional e ao Estado
brasileiro e a isonomia entre todas as entidades de igual natureza.
Dines argumentou que a Santa Sé é um Estado soberano, mas que é
teocrático e funciona com regras específicas. O silêncio da mídia é
conivente na opinião do reverendo Guilhermino Silva da Cunha, pastor
da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro. "Quando acontece o
silêncio significa que há algum entendimento ou alguma coisa
diferente e estranha", avaliou.
Um telespectador perguntou a Roseli Fishmann sobre o ensino religioso
nas escolas. A professora explicou que muitas vezes confunde-se o
papel das instituições. Principalmente em tempos de violência, quando
se considera que o ensino de religião pode combater a criminalidade.
A questão da religião é vinculada à consciência de cada indivíduo. Já
a escola deve preparar as crianças para respeitar os indivíduos como
cidadãos livres e iguais sem precisar recorrer a qualquer figura
sobrenatural.
A questão das concessões de rádio e TV
Para o reverendo Guilhermino Silva da Cunha, a presença das demais
igrejas na mídia não é diferente da presença da Igreja Católica. O
pastor não é contra a entrada das igrejas na mídia televisiva, mas
reprova o excesso. Como o telespectador tem o poder de mudar de
canal, o grande número de programas religiosos não chega a ser "uma
invasão". O pastor ressaltou que todas as igrejas pagam altos valores
tanto para alugar tempo nos canais privados quanto para manter uma
concessão. Na visão do reverendo, a existência de um canal de
televisão que ganhe força e vire uma rede em todo o país cria um
contra-ponto ao monopólio da comunicação, que é "um desastre".
Dines pediu a opinião de Roseli Fischmann sobre o "gerenciamento de
privilégios" no Brasil. A professora ressaltou a laicidade como o
fundamento da democracia no país: "Não existe democracia se as
pessoas não estiverem todas igualadas". As minorias religiosas são
uma das faces visíveis do pluralismo, que é essencial para a
democracia. O Estado não pode ser nem ausente nem omisso para as
minorias "não se encolherem e deixarem o campo público". Se um
determinado grupo é privilegiado, as minorias tendem a se retrair.
Perfil dos convidados
Hugo Sarubbi Cysneiros é advogado da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB). É professor das disciplinas de Sistemas de Direito
Comparados e de Direito Internacional Público do UniCeub/DF.
Roseli Fischmann é pesquisadora e professora, coordena a área de
Filosofia e Educação da Pós-Graduação em Educação da USP e o Grupo de
Pesquisa Discriminação, Preconceito, Estigma da universidade.
Integrou a Comissão Especial sobre Ensino Religioso do Estado de São
Paulo.
Rev. Guilhermino Silva da Cunha é pastor da Catedral Presbiteriana do
Rio de Janeiro. Doutor em Ministério pelo Reformed Theological
Seminary (Estados Unidos) e Doutor Honoris Causa pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Foi presidente do Supremo Concílio da Igreja
Presbiteriana do Brasil.
***
Barriga coletiva ou autocensura?
Alberto Dines # editorial do programa Observatório da Imprensa na TV
nº 487, no ar em 25/11/2008
O que é um "furo" no jargão jornalístico? É uma informação
exclusiva. "Barriga" é o contrário: quando um jornal ou jornalista
deixa de dar ou deturpa uma notícia. Não existe um termo específico
para uma situação insólita, a barriga coletiva, quando o conjunto de
veículos esconde uma informação.
Esse embargo noticioso ou autocensura aconteceu há pouco, em 12 e 13
de novembro, quando o presidente Lula foi a Roma assinar um acordo
com o Vaticano. Como esta concordata infringe o espírito e a letra da
carta magna, governo e mídia acharam perfeitamente natural manter
este acordo sob sigilo.
E como se explica a ausência de protestos da mídia eletrônica
evangélica? Simplesmente porque a mídia eletrônica evangélica tem
sido privilegiada pelo governo de outras formas. Significa que no
lugar de seguir a constituição e estabelecer completa separação entre
estado e religião, o Brasil inventou uma forma original de
administrar o conflito religioso, oferecendo vantagens às confissões
religiosas mais poderosas.
E como ficam os secularistas e agnósticos que acreditam que um estado
democrático deve ser obrigatoriamente laico? E as outras confissões
religiosas afro-brasileiras, como o Candomblé, não deveriam entrar no
bolo de privilégios?
Estamos na contramão do mundo desenvolvido e nossa imprensa,
esquecida dos três séculos de censura absoluta antes de ser
autorizada a funcionar, teve um surto de saudosismo e voltou a
experimentar as delícias da autocensura.
Ateus estão cada vez mais fortes
Ateus estão cada vez mais fortes
Os não crentes estão a organizar-se para fazer frente ao poder das religiões .
Comente esta notícia
Em Janeiro de 2008 os autocarros londrinos apresentavam uma campanha no mínimo diferente. Os cartazes diziam "Provavelmente não existe Deus. Por isso pára de preocupar-te e aproveita a vida.". A primeira campanha publicitária ateia do Reino Unido foi financiada por doações de contribuites anónimos, uma colecta que foi superior às expectativas, nos primeiros dois dias recolheram 65.000 euros para custear a publicidade.
Esta semana é a vez de Washington nos Estados Unidos estrear uma campanha ateia. Os ateus são cada vez mais um grupo organizado e com voz própria. Mas na América não é fácil assumir que se nega a existência de Deus. O biólogo Richard Dawkins afirmou mesmo que "a situação dos ateus hoje em dia na América é comparável com a dos homosexuais há 50 anos". O seu ensaio “O espelhismo de Deus” vendeu 1,5 milhões de exemplares.
Os não crentes estão a organizar-se para fazer frente ao poder das religiões .
Comente esta notícia
Em Janeiro de 2008 os autocarros londrinos apresentavam uma campanha no mínimo diferente. Os cartazes diziam "Provavelmente não existe Deus. Por isso pára de preocupar-te e aproveita a vida.". A primeira campanha publicitária ateia do Reino Unido foi financiada por doações de contribuites anónimos, uma colecta que foi superior às expectativas, nos primeiros dois dias recolheram 65.000 euros para custear a publicidade.
Esta semana é a vez de Washington nos Estados Unidos estrear uma campanha ateia. Os ateus são cada vez mais um grupo organizado e com voz própria. Mas na América não é fácil assumir que se nega a existência de Deus. O biólogo Richard Dawkins afirmou mesmo que "a situação dos ateus hoje em dia na América é comparável com a dos homosexuais há 50 anos". O seu ensaio “O espelhismo de Deus” vendeu 1,5 milhões de exemplares.
Os 10 Maiores Mitos sobre o Ateísmo - Parte 3
Mito 3: Ateístas acreditam na evolução, mas ela não responde tantas questões como o criacionismo.
O ateísmo não é uma teoria científica, é apenas a falta de religião*. Nós acreditamos na ciência,e que todas estas questões serão respondidas no futuro através da ciência. Por enquanto está funcionando, nos dando teorias como a da evolução, dos movimentos geológicos, e o Big Bang, e tudo isto baseado em evidências, mas não obrigatoriamente endossados por todos os ateístas.
O criacionismo não nos dá todas as respostas também. Além disso, ele escolhe que questões responder, e desencoraja as outras. Os teístas relutam em discutir de onde veio deus, e o que ele fazia antes da criação. Eles se recusam a dar resposta às inúmeras inconsistências bíblicas, ou às incríveis injustiças no mundo, já que sabem que não existem tais respostas. Eles no máximo respondem que "essas são coisas que os humanos não conseguem entender completamente", ou que " deus opera de maneiras misteriosas". Por fim, a religião não responde tantas questões, com levanta.
*Nota do tradutor: Novamente o autor coloca o ateísmo como falta de religião. Mas vale frisar que o ateísmo é a falta de crença em qualquer tipo de deus.
O ateísmo não é uma teoria científica, é apenas a falta de religião*. Nós acreditamos na ciência,e que todas estas questões serão respondidas no futuro através da ciência. Por enquanto está funcionando, nos dando teorias como a da evolução, dos movimentos geológicos, e o Big Bang, e tudo isto baseado em evidências, mas não obrigatoriamente endossados por todos os ateístas.
O criacionismo não nos dá todas as respostas também. Além disso, ele escolhe que questões responder, e desencoraja as outras. Os teístas relutam em discutir de onde veio deus, e o que ele fazia antes da criação. Eles se recusam a dar resposta às inúmeras inconsistências bíblicas, ou às incríveis injustiças no mundo, já que sabem que não existem tais respostas. Eles no máximo respondem que "essas são coisas que os humanos não conseguem entender completamente", ou que " deus opera de maneiras misteriosas". Por fim, a religião não responde tantas questões, com levanta.
*Nota do tradutor: Novamente o autor coloca o ateísmo como falta de religião. Mas vale frisar que o ateísmo é a falta de crença em qualquer tipo de deus.
Assinar:
Postagens (Atom)